sexta-feira, 4 de junho de 2010

Por dentro das sedes

A cidade do ouro

O A Caminho da Copa, Vang FM e JM encerram a série que abordou de forma objetiva as nove cidades sedes que receberão os jogos da Copa do Mundo da África 2010. Conheceremos hoje o centro financeiro e comercial do país, Johanesburgo, conhecida na África do Sul como a Cidade do Ouro. É o principal eixo empresarial do país que contriubui com aproximadamente 12% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. De acordo com o censo de 2001, a população da cidade supera os três milhões. A área urbana é de 1644 km², resultando numa densidade de apenas 1,962 hab/km². Já a população da região metropolitana da grande Joanesburgo chega a oito milhões. A cidade é uma grande metrópole que concentra o chamado “motor econômico do sul do continente africano”, além de ser a grande formadora de tendências no país. Quem anda pelas ruas se espanta com a diversidade cultural e o abismo social, principalmente no que se refere ao poder econômico do povo.


Apesar da agitação típica de uma metrópole, Johanesburgo é surpreendentemente verde e cultiva a vida ao ar livre. As muitas árvores formam uma floresta urbana da qual fazem parte os 2.328 parques da cidade. A riqueza cultural também é abundante, com o imperdível Museu do Apartheid, a histórica área de Constitution Hill e a memória viva do mundialmente conhecido Soweto. Isso sem falar no Mai Mai, que é o mercado mais antigo da cidade e um ótimo local para descobrir medicamentos tradicionais. Mais do que tudo, Johanesburgo se tornou uma cidade verdadeiramente africana, misturando diferentes povos de todo o continente com os descendentes dos nativos tswana e ndebele e dos colonizadores europeus, indianos e chineses. Hoje em dia, os habitantes se autodenominam joburgers e são cada vez mais numerosos devido a um fluxo contínuo de imigrantes que querem fazer parte do brilho da cidade.

O pólo futebolístico


Na África do Sul dois são os esportes mais praticados e apreciados. Os brancos, minoria no país, praticam o rugby. Os negros, cerca de 90% da população, venera o futebol. Ambos os povos já se frequentam em seus estádios e a cada ano é mais natural a presença da mistura racial. Há um preconceito empregnado na cultura e formação dos sul-africanos. Mas sem dúvida, a Copa do Mundo, vai despertar e unir ainda mais os apaixonados por qualquer esporte de alto nível. Johanesburgo, abriga dois dos times de futebol de maior torcida, os arquirrivais Kaizer Chiefs e Orlando Pirates. Pólo futebolístico sul-africano, a cidade é a espinha dorsal do profissionalismo no país. São da cidade ou das redondezas muitos dos principais clubes profissionais da África do Sul: Kaizer Chiefs, Orlando Pirates, Jomo Cosmos, BidVest Wits e um dos clubes mais antigos do país, o Moroka Swallows. O centro da cidade é o núcleo do desenvolvimento do futebol na África do Sul. O futebol profissional nasceu nos escritórios do antigo jornal "Rand Daily Mail", em 1958. Posteriormente, as conversações futebolísticas passaram a acontecer no antigo Rand International Hotel. Kaizer Chiefs, Orlando Pirates, Jomo Cosmos e os já extintos Highlands Park, Rangers e Lusitano foram todos agraciados com títulos desde a sua fundação. A rivalidade entre Kaizer Chiefs e Orlando Pirates já dura várias décadas e é a maior do país. Todas as vezes em que se encontram para o clássico do Soweto, os dois times lotam o estádio onde atuam. Joanesburgo já testemunhou partidas de grande importância, como a final da Copa das Nações Africanas de 1996, com a vitória da África do Sul sobre a Tunísia por 2 a 0 no Soccer City, e a final da Copa das Confederações da FIFA 2009, com o triunfo da seleção brasileira diante dos Estados Unidos, por 3 a 2, de virada. O Estádio Ellis Park, situado no coração da cidade, sediou em 1995 o Mundial de Rúgbi, torneio do qual a África do Sul se sagrou campeã.

Ellis Park



Johanesburgo é a única sede que terá dois estádios no mundial da África do Sul. Durante a Copa das Confederações em 2009, o Ellis Park foi o estádio que representou a cidade, já que o gigante Soccer City ainda não estava pronto. Demolido, foi reconstruído em 1982 quando era usado exclusivamente para os jogos de rugby. Em 1995 o estádio recebeu a final da Ciopa do mundo de rugby onde a África do Sul vencu a Nova Zelândia na grande final. O estádio e a saga pôde ser acompanhado recentemente nas telas do cinema com o filme Invictus, estrelado por Matt Damon e Morgan Freeman que conta a saga de Mandela. As imagens das partidas foram filmadas no Ellis Park que atualmente conta com capacidade para 61.639 pessoas. O estádio foi reformado em 2009 e sete partidas serão disputadas durante a Copa.
Soccer City

A grande estrela da Copa

O estádio mais importante do mundial foi construído em 1987 e é uma espécie de santuário para o povo africano. Foi lá que em 1990, o povo teve o primeiro encontro com Nelson Mandela, recém libertado da prisão. Na ocasião o estádio chamava-se FNB Stadium e tinha capacidade para abrigar 80.000 espectadores. Foi o grande palco da final da Copa das Nações Africanas, em 1993. O desenho foi inspirado no calabash, o tradicional vaso artesanal africano, e o apelo estético será ainda mais impactante com a iluminação noturna.

Localizado no sudoeste de Johanesburgo, o Soccer City fica a apenas uma pequena distância de Soweto, distrito onde estão alguns dos torcedores mais fanáticos do país e no qual vivem cerca de 40% da população de Johanesburgo. Essa proximidade certamente vai fazer do estádio o centro das atividades durante a competição. A arena original, conhecida como Estádio FNB, tinha capacidade para 80 mil pessoas, mas a ampliação do anel superior elevou esse número a 88.460. O Soccer City receberá, entre outros jogos, a abertura e a grande final do mundial.

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