terça-feira, 27 de julho de 2010

E dá-lhe Mano Menezes


Enfim o novo técnico. Que cartaz chega o Mano a seleção brasileira. Estou plenamente satisfeito com a convocação para o amistoso do dia 10 contra os Estados Unidos. Em sua apresentação na tarde desta segunda-feira, Mano surpreendeu e fez o que Dunga deveria ter feito. Pelo que fez no Grêmio e no Corinthians, o comandante chega com bagagem suficiente para comandar o Brasil nos próximos anos. Estou surpreso sim, confesso, com alguns nomes. Porém a surpresa é positiva. Jogadores como Réver, Sandro, Lucas, André Santos, Hernanes, Jucilei, Carlos Eduardo e "os meninos da vila" me deixaram bastante empolgado com a renovação. A lista completa está disponível no Blog do Carlito. Dá-lhe Mano Menezes, mais um gaúcho que emplaca seleção.
Foto: Rafael Ribeiro - CBF

Série de reportagens

Seguindo a série de reportagens sobre a África do Sul, país sede da Copa de 2010 durante a cobertura da Vang e JM, abordaremos hoje o Cabo das Tormentas, mais tarde rebatizado por Cabo da Boa Esperança, extremo sul do continente africano. Nossa reportagem cravou lá sua bandeira onde foi possível sair dos livros de história e geografia e contemplar a visão dos navegadores da época do descobrimento.

Na ponta da África

Denominado em 1488 pelo navegador Bartolomeu Dias como Cabo das Tormentas, devido ao mar agitado na ponta que contorna o encontro dos oceanos Índico e Atlântico, o ponto mais agudo do continente africano registra, segundo historiadores, um dos locais de maior número de naufrágios. Anos mais tarde o rei de Portugal Dom João, após um presságio positivo de que o lugar tratava-se de uma importante rota para as Índias, rebatizou a região de Cape of Good Hope (Cabo da Boa Esperança).

As estradas da reserva que levam até o ponto mais agudo do continente africano são todas asfaltadas

Na ponta da península que compreende a cadeia de montanhas que formam a Table Mountain, na Cidade do Cabo, o Cabo da Boa Esperança tornou-se um importante destino turístico exposto a fortes ventanias e tempestades. Devido ao clima, a vegetação limita-se a pequenas árvores. No local habitam antílopes, a zebra da montanha, avestruz e bandos de babuínos.





No ponto mais alto os turistas podem subir pelo funicular ou trilha pavimentada ao farol principal construído após o original ser desativado, pois ficava envolto à neblina. O farol de Cape Point, como é conhecido o local, proporciona vistas fantásticas onde o mar revolto choca-se 300 metros abaixo contra os rochedos.

Em dois idiomas uma placa marca o Cabo da Boa Esperança

Perigo iminente

Bandos de babuínos são encontrados na reserva

A principal recomendação dada aos turistas que visitam a reserva do Cabo da Boa Esperança é direcionada ao cuidado com bandos de babuínos, espécie de macacos. Devido a alimentação ilegal proporcionada pelo homem, é recomendado manter automóveis trancados durante a visita para evitar surpresas. Os babuínos, de forma agressiva abrem as portas dos veículos e roubam mochilas e pertences em busca de comida. No trajeto até a entrada da reserva nossa reportagem encontrou diversos animais desta espécie aguardando o momento exato para surpreender os visitantes.

Chapman’s Peak


Para chegarmos até o Cabo da Boa Esperança percorremos um trajeto que costeou o oceano Índico, onde encontram-se pequenas praias e reservas como na cidade de Boulders, colônia com cerca de 2.300 pinguins. Os visitantes compram o ingresso e podem conhecer o local onde os animais vivem naturalmente. Após a visita ao Cabo da Boa Esperança retornamos pelo outro lado, costeando o oceano Atlântico através de estradas como a famosa Chapman’s Peak, um trajeto panorâmico que levou sete anos para ser construído. A estrada, esculpida na superfície dos rochedos possui mirantes com local para piquenique. Seu ponto mais alto atinge 592 metros com plataforma de observação sobre os rochedos íngremes que caem 160 metros para o mar revolto logo abaixo. O final da tarde é algo incrível e o trajeto determina literalmente o contorno da península chegando até a bela praia de Camp’s Bay, região nobre da Cidade do Cabo.

sábado, 24 de julho de 2010

Ele é mesmo "o cara"


Muricy está fora da seleção. Após a negativa por parte do seu clube atual, Fluminense, o treinador mostrou mesmo ser "o cara" e disse que fica nas laranjeiras, caracterizando uma grande confusão por parte da CBF. Enquanto todos dávamos como certa a contratação, o gaúcho Mano Menezes, o terceiro da lista de Ricardo Teixeira foi o escolhido, ou o que restou. Como falei no post anterior, acho que Muricy chegando à seleção seria por mérito e reconhecimento por temporadas brilhantes que fez a frente, principalmente, do São Paulo. Moralmente Muricy foi tetra campeão brasileiro seguido, ou não lembram dos escândalos de arbitragem que beneficiaram descaradamente o Corinthians e prejudicaram diretamente o Internacional? Portanto Muricy foi campeão com o Inter e depois emendou mais três canecos seguidos com o São Paulo, além de ser escolhido por quatro anos consecutivos o melhor técnico do Brasil. Particularmente prefiro o Mano Menezes pois acredito ser mais polido no trato com a imprensa e mostrou ser um técnico de ponta com campanhas vitoriosas a frente de Grêmio e Corinthians. Mano será mesmo o técnico da Seleção Brasileira e estaremos acompanhando o desenrolar da situação e anúncio oficial dentro do Ponto e Contraponto deste sábado. Mais um gaúcho que chega ao posto máximo do futebol brasileiro. Que coisa, tchê!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Muricy é o cara


É oficial: Muricy Ramalho recebeu proposta da CBF para assumir o comando da Seleção Brasileira de Futebol. Agora é esperar pelo Fluminense, atual clube do treinador, que deverá determinar a ida do técnico para o posto máximo do futebol nacional. Se confirmado, o fato não quer dizer que Muricy Ramalho sérá o responsável por buscar o hexa no Brasil em 2014. Muita água deve rolar por debaixo dessa ponte. Se chegou, Muricy e nós jornalistas que acompanhamos futebol sabemos o porquê: merecimento e justiça. Foi por quatro anos consecutivos eleito o melhor técnico brasileiro. O mau humor será tranferido para a sala de conferências da CBF, nada de muito estranho para quem aguentou Dunga. Mas de futebol, é inegável que entende muito mais do que o capitão do tetra. Esperamos que confirme. Já estou de olho na Copa América, e bem atento.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Momentos agradáveis


Ainda me adaptando ao dia a dia, seguirei tratando da cobertura do mundial neste blog pelos próximos dias. Vinhedos do Cabo, safáris, Cabo da Boa Esperança, Soweto, Robben Island e diversos assuntos relacionados à cultura sulafricana e claro, tudo acompanhado de perto pela nossa reportagem. Tem coisas que acontecem que não sabemos explicar. Aguardando embarque para Lisboa, local de nossa conexão para o Brasil, um brasileiro se aproximou e trocou algumas palavras sobre copa, experiências vividas nos últimos dias e a volta para casa. No vôo sentou logo atrás da minha poltrona e ao desembarcar juntou-se a nosso grupo para solicitar uma reserva de hotel até o dia seguinte quando embarcaríamos para o Brasil. Conhecemos aí uma figura extraordinária e que nos proporcionou momentos alegres e agradáveis na capital portuguesa. Seu Claudine Pereira, um veterano em copas será um desses que a gente leva para toda a vida. Trocamos contatos e já batemos um papo através de telefone aqui no Brasil. Um são-paulino roxo, será em breve um dos participantes do Ponto e Contraponto que debaterá a semi-final da Taça Libertadores da América. Seu Claudine, como chamamos, partiu para mais uma Copa do Mundo e como desfecho de sua viagem proferiu: "Se eu pudesse eu moraria no mundo e ia passear em casa de vez em quando".

sábado, 10 de julho de 2010

Um tempo bom...

Nossa cobertura vai chegando ao final e mais uma Copa do Mundo se vai. Logo mais no Soccer City, em Johanesburgo, um novo campeão mundial sairá consagrado dos gramados e entrará para a história das copas. Vivemos o futebol na essência e o jornalismo então, nem se fala. Dia a dia nos preocupamos em manter o contato diário, enfocar assuntos que não se restringissem somente à bola e realizar uma verdadeira troca de experiência com você, nosso leitor e ouvinte. O A Caminho da Copa não fica por aqui. Estarei trazendo muita matéria e lance colhido por nossas lentes nos próximos dias. Chegaremos segunda ao Brasil e imediatamente tenho muita coisa a dividir com você que nos acompanha no rádio, jornal ou aqui no blog. Encontramos pessoas maravilhosas e lugares que jamais deixarão de existir em nosso pensamento. Sempre que lembrarmos algo que vivenciamos nesse um mês, sentiremos algo bom, segundos ou minutos de nostalgia de um tempo que certamente não esqueceremos. Fecho assim, nesse dia 11 de julho, a minha segunda Copa do Mundo com um orgulho e tanto. Ao meu pai e colega Carlito com quem dividi e compartilhei idéias, emoções e sentimentos nessa empreitada, a minha eterna gratidão. Meu pai, realmente o mundo é uma grande aldeia e tenho certeza que a convivência diária nos fez crescer juntos. Só tenho a agradecer por amar o que faço e ter oportunidades como esta, de estar onde muitos gostariam. E sei valorizar isso, como sei. Saio ainda mais apaixonado por esse “circo”, esse vício inexplicável da bola e seu encanto que reúne milhões de aficionados em todo planeta. Jamais conseguirei entender como algo tão simples possa parar guerras, minimizar conflitos étnicos e aproximar raças. Nunca vou conseguir compreender a dimensão e o que isso representa para a humanidade. Não sei nem por onde começar para tentar entender, mas certamente o ponto de partida me parece mais claro diante da eterna sentença proferida pelo ex-técnico do Liverpool, Bill Shankly.
“Algumas pessoas acham que futebol é uma questão de vida ou morte. Eu discordo. Futebol é muito mais importante que isso”.


África que eu vi

Um povo que ri, atende e persevera. Que cativa com um olhar sempre positivo e permanente no futuro, no dia de amanhã. Essa é a principal imagem que levo em quase “dois meses” de África do Sul, juntando as duas breves temporadas que por essas terras andei relatando coisas e tentando interpretá-las de todas as possíveis formas. Entender uma sociedade onde há pouco menos de 20 anos dividia até seu ponto de ônibus, farmácia, bancos e até mesmo hospitais não é algo tão simples. Várias raças misturadas buscando incessantemente apagar marcas deixadas por gerações passadas. Um país onde por lei, o negro foi obrigado a deixar qualquer local público ou privado quando o branco estivesse dividindo o mesmo espaço, usufruindo o mesmo ar. Como explicar para as futuras gerações que seus pais e avós sequer tinham direito a estudo ou um emprego digno na África da segregação, da diferença. Na limitação do saber o argumento imposto era afrontador. Para que estudar matemática se deve preparar-se apenas para trabalhos domésticos? O passado aos poucos vai ficando para trás, porém as marcas ainda são visíveis. Quem bate esquece, quem apanha não. Essa é a lei da vida, da selva. Mais conservadores e antigos ainda guardam o gosto amargo do rancor, da exclusão, da inferioridade imposta por uma política insolente e absurda que já fez tantas vítimas. Hoje o berço do colorido, da fé e da vida selvagem se refaz perante o futebol, o esporte mais popular do planeta. No símbolo de uma vuvuzela ou no grito de Laduma, o momento do gol é a mais pura circunstância de alegria unindo as multiraças de um país gigante, em extensão e esperança. Quem não conhece a realidade desse país deve primeiro procurar saber de gente, de relacionamento e convivência. Para se chegar à definição do que representa a história dolorida de um passado recente, é preciso entender o que é, como se constrói e para que serve uma representatividade popular. O legado deixado por um exemplo de sacrifício e superação é muito mais do que a simples liberdade. Esse país precisou se reinventar e ninguém mais que um grande líder para saber entender seu povo e suas fragilidades. Nelson Mandela, o eterno presidente de honra e carinhosamente chamado de Madiba, soube que para triunfar sobre os preconceitos foi preciso admiti-los. Foi necessário cortar da própria carne e esquecer um passado sombrio para construir um lugar onde o negro e o branco possam dividir suas expectativas, seus planos e suas dificuldades. Uniu-se assim as paradas de ônibus, o rugby e o futebol, o mestiço, o negro, o branco e o imigrante. Entendeu-se que para um país se desenvolver como potência foi preciso admitir a chegada do investimento, do talento e da mão de obra estrangeira. Que abrir oportunidades para quem realmente quer crescer e produzir não é tirar espaço do filho da terra em busca de oportunidades melhores. Para se chegar a um fator comum foi preciso muito mais do que abertura e habilidade política, foi necessário visão de quem esteve por 27 natais em um espaço de três por três metros. Uma liderança que literalmente nasceu do clamor do necessitado e rompeu a barreira da discriminação através de diversos acordos até sentir o gosto da liberdade. Hoje a África do Sul ainda não é uma só, e deverá demorar ainda algumas gerações para isso realmente acontecer de fato, porém são claros os sinais de que as diferenças já se permitem. A Copa do Mundo surpreendeu a todos. Como jornalista procurei conhecer com um ano de antecedência o que nos aguardava, e agora posso afirmar que a África do Sul tem condições sim de se preparar para um futuro de igualdades. Neste momento é muito importante traçar um paralelo da África de hoje com o Brasil de amanhã, em se tratando de Copa do Mundo. Investimentos serão realizados e todos, de maneira geral, precisam estar atentos e ser responsáveis pela fiscalização de ações em torno do mundial de 2014. Não se pode admitir o que ocorreu na África do Sul, onde o próprio Mandela no auge de seus 92 anos publicamente questionou à forma como foram usados recursos públicos. O A Caminho da Copa nunca termina, estamos sempre partindo em busca do próximo, projetando o curto período de quatro anos para mais uma festa da bola. A África ficou para trás, agora o momento é de voltar-se para dentro e construir uma estrutura que surpreenda o mundo. Já estamos em contagem regressiva.

Texto publicado na edição deste sábado do JM/Jornal de Marau

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Robben Island

A Ilha de Robben, internacionalmente conhecida por ser o local onde Mandela e outros presos políticos foram encarcerados, foi o nosso destino na manhã de hoje na Cidade do Cabo. Pegamos a embarcação às 08h (horário local) e partimos para a ilha distante 40 minutos do porto Victoria e Alfred Waterfront. Ao chegar fomos encaminhados a um breve tour em uma van que nos levou conhecer todos os pontos e construções intactas do local. Em seguida entramos na famosa prisão dos tempos de perseguição e preconceito. Para nossa surpresa, cada grupo tem seu guia e cada um deles foi um preso da época. O Mosa, o responsável por nos passar detalhes da dolorida história, era o preso de número 580 enquanto Mandela era 466. A sela onde o ex-presidente permaneceu e os registros dos longos anos de prisão e trabalhos forçados permanecem intactos. Vamos abordar a reportagem completa em edição do JM/Jornal de Marau.

Ao lado de Mosa, preso político junto com Mandela e hoje um dos guias do local

Pátio da prisão onde os presos trabalhavam e tomavam sol


Cela de Nelson Mandela durante preríodo de reclusão

Facilidades e dificuldades no país da Copa


As maiores dificuldades encontradas na África do Sul durante nossa estada foram, sem dúvida, a internet e alimentação. A conexão através da rede foi realmente um problema que nos limitou, por exemplo, no envio de material de vídeo. A internet no país ainda precisa ganhar a popularidade de outras praças. Já a alimentação, nem tanto assim, mas evitávamos comer muito em restaurantes com o tradicional medo de errar, além de evitar a mão pesada na pimenta. A opção certeira e que predominou foram as redes de fast foods. Mas desde minha estada aqui em 2009 frequentei um restaurante reconhecido como o “rancho da carne”, o Spur, que serve filés variados e diversas especiarias locais. Aprecio muito o t-bone da casa, que aliás, não é nada comparável ao do meu amigo Leandro Bortolon que é um verdadeiro expert na arte do preparo. Amizade com o açougueiro também tem que ser levada em conta. Já entre as facilidades, não posso deixar de citar mais uma vez a qualidade das estradas o que simplifica muito, aliada ao GPS, o deslocamento entre as cidades da África do Sul, e também a simpatia do povo em receber o turista. Este último sem dúvida facilita a estada em um país onde existem focos de xenofobia (aversão ao estrangeirismo) e demais preconceitos.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Da areia às vinhas


Na tarde de hoje estivemos na famosa região de Constantia, nos arredores da Table Mountain, conhecidíssima pela plantação das melhores vinhas e consequentemente a produção de conceituados vinhos. A região é muito parecida com o Vale dos Vinhedos em Bento Gonçalves, com uma estrutura que realmente impressiona. Lembrei muito do arquiteto Fernando Oltramari e suas visões de turismo rural. Foi ele quem participou efetivamente como consultor do Caminho de Pedras e hoje é presidente do Conselho da Rota das Salamarias. A cada ângulo interessante abordado pela nossa reportagem o Carlito mencionava que a presença do Fernando aqui era indispensável para o aperfeiçoamento da nossa rota. Um lugar maravilhoso no sopé da montanha. Colhemos muito material e que em breve será usado em ampla reportagem. Conheça um pouco mais da região no site vangfm.com.br. Uma galeria de fotos está disponível.

E deu Espanha


Foto AP
Aguenta agora. A Espanha é a grande finalista, e já que errei a maioria dos prognósticos (apesar de colocar a Espanha como favorita da Copa), acho que vence a partida contra a Holanda. Falando sério: acho que é a grande favorita mesmo, pela forma como chegou ao posto de finalista. Foi preciso perder a primeira e se ver ameaçada de vexame para a Fúria "comer pelas beiradas". Jogou muito futebol hoje e foi incontestavelmente a grande vencedora. Estão nas finais os três maiores personagens, na minha opinião, e que definem quem será o melhor jogador da Copa do Mundo. Robben e Sneijder da Holanda e David Villa da Espanha. A tendência é de quem levantar o caneco emplacar também o homem destaque. Enfim uma nova seleção entrará para o rol do seleto grupo de campeões mundiais. Espanha ou Holanda, Holanda ou Espanha entram para a história das copas no primeiro mundial em solo africano. Mas há quem diga que o Dunga também entrou, vai saber...

terça-feira, 6 de julho de 2010

Nos contornos do continente

Um misto de decepção e tristeza se abateu na tarde de hoje. Já havíamos comprado os ingressos e marcado a embarcação que nos levaria até a ilha de Robben, onde Mandela esteve preso. Todos os agendamentos foram cancelados devido as más condições de navegação, justificativa da empresa responsável, até sexta-feira. Remarcamos para o primeiro horário da manhã do mesmo dia para tentarmos chegar até lá e cumprir nosso cronograma de matérias. Para não perder o dia rumamos para o Cabo da Boa Esperança, o ponto mais agudo do continente africano. Conhecemos a bela paisagem e o farol que serviu para navegação por muitos anos. O local ficou conhecido através do navegador Bartolomeu Dias, em 1488 como Cabo das Tormentas, devido a confluência dos oceanos Índico e Atlântico, o que sendo eles geravam tantos naufrágios e mar revolto. Mais tarde Dom João, rei de Portugal rebatizou local como Cabo da Boa Esperança, pois via um presságio positivo para a nova rota para as Índias. Um lugar que é realmente paradisíaco e atrai turistas de todas as partes do mundo. Relembramos as velhas histórias dos navegadores que colonizaram o Brasil, suas conquistas e naufrágios. Foi uma experiência muito interessante sair dos livros de história e geografia e conhecer com os próprios olhos, essa é a grande essência do nosso trabalho. De automóvel percorremos toda a costa para chegar até lá e no retorno mantivemos o trajeto de contorno o que acabou que conhecemos toda a ponta do continente. Quem visitou somente Cape Town (Cidade do Cabo) e suas vastas atrações não pode dizer que conheceu a África. A realidade é oposta ao que se vê no interior e regiões menos desenvolvidas do país. A Cidade do Cabo é algo para ficar gravado na memória.
A história conta que centenas de navios naufragaram neste local devido ao mar revolto e tempestades no encontro dos dois oceanos.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Perto de Deus


Hoje me senti assim, literalmente, ao conhecer de perto a Table Mountain na Cidade do Cabo. Logo cedo partimos para o porto Victoria e Alfred Waterfront atrás de horário de egendamento para seguirmos para a Robben Island, a ilha onde Mandela ficou preso por 27 anos. Sabíamos que o movimento era intenso e precisaria de reserva. Conseguimos para esta terça-feira e para lá seguiremos às 14h (horário daqui). Após comprar os tickets ficamos atento ao tempo na montanha que muda em poucos minutos. Quando sentimos que abriria resolvemos subir até o local para pegarmos o bondinho e explorar a montanha mais famosa da África do Sul. Do topo da Table Mountain a gente enxerga toda orla da cidade, a ilha de Robben, algo fantástico. Confira alguns registros fotográficos no Blog do Carlito.

Afunilou

A Copa do Mundo começa a se decidir hoje, às 20h aqui na Cidade do Cabo, adiante cinco horas do fuso horário do Brasil. Uruguai e Holanda se enfrentam pelas semi-finais do mundial em um jogo que promete ser eletrizante. O Uruguai não chegava a uma fase decisiva de copa há incríveis 40 anos. Devido à proximidade territorial e de influências futebolísticas, sou Uruguai no Greenpoint. Esperamos um grande jogo para quem sabe garantir um sulamericano na grande final. Encontramos hoje diversos torcedores, na maioria holandeses, eufóricos com o jogo de amanhã. Esse trouxe uma van toda pintada com as cores da sua seleção.


Euforia já toma conta dos holandeses


Copa dos sulamericanos?

Na tarde de hoje estive no Greenpoint acompanhando as últimas definições para partida de logo mais

As projeções da Copa do Mundo mudaram mais rápido que o tempo em Cape Town (Cidade do Cabo). Grandes potências fora e os sulamericanos que pareciam dominar o mundial aos poucos foram ficando pelo caminho. Mas há algo que temos que ressaltar. Após o jogo contra a Argentina, e que jogo, a Alemanha credencia-se fortemente ao título e não pelo resultado final, e sim pelo futebol. Que aula! Mas agora vamos às estatísticas para tentar explicar a força do futebol alemão. Desde 1966, somente em três copas os alemães não estiveram entre os quatro finalistas. Sabe o que é isso? Alguém levantou essa lebre antes? Quando fui pesquisar me surpreendi com a regularidade e com o futebol de chegada da Alemanha. Só tem uma explicação: doutrina e comprometimento. É um dado incrível e que deve ser estudado. Pode estar surgindo, após 20 anos, mais um tetracampeão mundial de futebol. Será?

domingo, 4 de julho de 2010

Encontro com a fera

Final de Copa é assim, já começamos a revirar o material da cobertura para analisar o conteúdo extraído. Aqui está o exato momento em que encontramos um grande leão no "Safári Gelado", assim denominado por nós naquela madrugada fria, no parque Pilanesberg. Veja o tamanho da fera.

Em busca de definições

Essa para mim foi a melhor definição da seleção brasileira nessa Copa. Veio da Inglaterra através do nosso correspondente Marcelo Perin, ao qual peço permissão para reproduzir.


"1 Dunga, 11 sonecas e 190 milhões de Zangados...".

Na bela Cidade do Cabo


A viagem toda falei de Cape Town (Cidade do Cabo), o quanto é bonita e faz a gente se sentir bem. Um grande centro turístico, o mais procurado da África do Sul, com uma beleza exuberante. Não é por nada que é conhecida como o Rio de Janeiro dos sulafricanos. Chegamos por volta das 16h onde imediatamente passamos a bater perna atrás de uma acomodação. Na Cidade do Cabo tem de tudo: do luxo a um vagão de trem. Sim, você dorme em um vagão de trem. Nos dividimos no centro da cidade para tentar arrumar um hotel já que a cidade está lotada de turistas devido às semi-finais da Copa do Mundo. Após umas dez tentativas, em um grande hotel encontrei um angolano simpático o qual percebeu que eu era brasileiro e passamos a conversar em português mesmo. Estava de folga pois trabalhava em um outro hotel e se dispôs a ir comigo arrumar acomodação. Mais tentativas frustradas e fomos achar uma saída. Havia um hotel muito bom, segundo ele, com preço excepcional e que não “encontraríamos valor igual”. Lá fomos nós. De fato era muito acessível: 250 rands por pessoa (o que equivale a 75 reais). Após entrar na recepção fomos em direção aos quartos e para nossa surpresa eram vagões de trem com banheiro coletivo, uma boa opção para quem precisava apenas dormir no local. Agradecemos, damos a gorja ao angolano e resolvemos seguir já noite atrás de um local para ficar. A preocupação começou a pegar e para surpresa, pedi ao GPS uma relação de hotéis próximos de onde estávamos a caminho do aeroporto. Em uma lista de uns dez escolhi um e o tiro foi certeiro. Por incrível que pareça um hotel quatro estrelas com tudo que precisávamos incluindo conexão com internet no valor de???? 250 rands. Aí foi pra matar, o angolano...

sábado, 3 de julho de 2010

Não chore pelo Brasil Argentina

E a Copa do Mundo vai desfazendo qualquer lógica. Messi mostra que é jogador de clube e os hermanos dão adeus ao mundial com uma bela goleada. Será que passaram a noite toda festejando a eliminação brasileira? Nós que apostávamos, e o indicativo era forte, que essa seria a Copa dos sulamericanos, restaram agora somente Paraguai e Uruguai na disputa pelo título. O jogo foi todo da Alemanha que dominou do início ao fim as investidas de Tevez e Messi. Ambos nada fizeram e o placar ainda poderia ser maior. Klose foi o grande destaque alemão. Resta agora aguardarmos o jogo da Espanha e Paraguai que vai definir o último semifinalista da Copa do Mundo de 2010. O futebol apresentado pela Alemanha hoje me leva a crer que está aí um grande favorito ao título. Sair prematuramente de uma copa com um jogo que parecia estar na mão é muito triste. Mas me parece que o consolo foi melhor do que encomenda. A Argentina de Maradona levou quatro com o salto do tamanho da Table Montain e deve partir para bela Buenos Aires ainda hoje. Madre de Dios!

A caminho de Cape Town


Logo após a partida partimos para a vizinha Jeffreys Bay, distante 80km de Port Elizabeth. Hoje damos um giro pela cidade e entendemos o porquê essa cidade é o paraíso dos surfistas. Ondas sensacionais é o grande atrativo, além do calor fora de época. Uma típica praia de temporada e finais de semana, com infraestrutura de causar inveja nas nossas do sul. I Ficaremos aqui mais esta noite e amanhã logo cedo, rumaremos para o destino final antes da base Johanesburgo: a belíssima Cidade do Cabo. De lá estaremos alimentando a programação da Vang FM, páginas do JM/Jornal de Marau e nossos blogs. Mais uma semana em território africano para acompanharmos o desfecho de mais um mundial sem figurar entre os atores principais.

Criatividade unida

Os torcedores mais criativos da Copa são os brasileiros e holandeses. Programas humorísticos usaram e abusaram dos gringos e suas fantasias. Uma verdadeira confraternização de cores e raças tomaram o estádio Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth. A festa para os brasileiros durou até o intervalo, depois o vento soprou para os holandeses que comemoraram vaga com propriedade para a semi-final. Confira alguns lances da bela festa.












O pragmatismo falou mais alto


Fica fácil fazer uma análise da eliminação da seleção brasileira da Copa da África. Não tivemos a qualidade tradicional do futebol brasileiro preterido por um grupo de soldados fechado com o técnico. O Brasil não foi e nem poderia ser campeão, por mais que não lembre ter visto um mundial tão fraco como deste ano. Participei a pouco do Ponto e Contraponto e afirmei que alguns jogadores não podem fazer parte de um grupo de seleção. Um exemplo é Felipe Melo, eleito o pior jogador da temporada italiana e titularíssimo de Dunga. Há quem ainda culpe Roberto Carlos pelo lance da meia em 2006, mas que falta ele fez. Comendo a bola no Corinthians e mesmo assim, pelo rancor explicitado por todos nós da imprensa contra aquele grupo, ficou no Brasil e embarcou Michel Bastos. Temos mais exemplos a serem citados, mas agora de nada adianta. A falta da qualidade aliou-se no jogo de ontem com a pouca sorte. A melhor defesa do mundo, e falo defesa toda incluindo o goleiro, bateu cabeça. Para piorar, como também afirmamos na semana passada, se tomasse um gol nos 30 quem vira? Olhar para o banco e ver, ou melhor não ver, ninguém que possa mudar o resultado é muito triste. Todos estão chateados, com a passionalidade de torcedor que somos, mas com a frieza de quem acompanhou os bastidores e jornalisticamente falando, colhemos o que plantamos. Seleção não é laboratório para experiências e compadrios. Como diria o Lencaster, seleção é prêmio para quem está bem. Houve uma inversão da ordem das coisas e quem pagou o pato fomos todos nós.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Torcida apoia em Port Elizabeth

Acompanhei ontem a movimentação da seleção brasileira que partiu para o útimo treino antes do jogo de hoje contra a Holanda. Uma grande concentração de torcedores estiveram em frente ao hotel demonstrando apoio à seleção de Dunga. Logo mais no Nelson Mandela Bay, aqui em Port Elizabeth, o Brasil abre as quartas de final da Copa da África 2010. Confira alguns lances do deslocamento da seleção.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Encontro de gigantes

Mais uma decisão, daquelas de arrepiar. Logo mais no Nelson Mandela Bay, Brasil e Holanda se enfrentam pelas quartas de final da Copa do Mundo, aqui em Port Elizabeth. Poderá ser o jogo da afirmação ou da despedida. Sem dúvida, até aqui, essa será a grande seleção que o Brasil enfrenta no mundial de baixo nível técnico. A Holanda vem jogando redondo e aos poucos foi se credenciando como favorita ao título. Logo mais às 10h30min, falo ao vivo do estádio onde estaremos acompanhando a partida. Estou confiante pelo que vi no último jogo, mas não esqueço do futebol fraco apresentado pelo Brasil nos demais jogos. Acho que será o dia de Kaká brilhar. O técnico Dunga optará por Felipe Melo no meio, mesmo que Ramires tenha feito boa partida contra o Chile e tenha dado mais mobilidade à equipe. Muito se fala na lesão de Elano que deverá tirá-lo da Copa. Nada oficial, apenas especulação e comentário de rua por aqui. Estou ansioso para ver o que vai acontecer no Nelson Mandela Bay.

Pela África


Nos despedimos hoje de Port Elizabeth, uma cidade muito agradável e que mesmo sendo um destino de férias de verão para grande parte dos sulafricanos, vive normalmente durante os 12 meses do ano. A campanha do Brasil na Copa foi muito positiva em se tratando de ambiente. Foi assim em Johanesburgo passando para Durban, chegando aqui e quem sabe partindo esta noite para a Cidade do Cabo. Seria a última parada no litoral, encontro dos oceanos Atlântico e Índico, no extremo sul do país. A grande final será disputada no Soccer City, em Johanesburgo. Estou muito satisfeito em ter conhecido esses dois paraísos (Durban e Port Elizabeth). Após o jogo de amanhã, partiremos para Jeffreys Bay, distanteuma hora daqui onde ficaremos por dois dias. Essa praia é o paraíso dos surfistas e conhecida como o lugar da “onda perfeita”. Por lá é disputado uma etapa mundial do surf, atraindo pessoas do mundo todo. No domingo logo cedo rumamos para a Cidade do Cabo, independente do resultado do jogo, para realizar algumas reportagens previamente agendadas.

Reta final

Entramos na reta final de nossa cobertura de mais uma Copa do Mundo. A finaleira porém mais intensa etapa onde respiramos ainda mais futebol. Já falei em outras oportunidades que não existe nada mais extraordinário, para quem gosta, do que o clima de um mundial. O ar é outro, o espírito se renova e todos somos exemplo de patriotismo. Em participação minha nessa semana no programa do amigo Maurinho Monteiro, fui questionado por ele se por aqui estava como em Marau, por exemplo. Clima morno de copa e pouca movimentação. Lembro que respondi que as coisas começariam a acontecer a partir de agora, na fase quente da Copa. Bastou perder uma partida e a maleta está esperando para embarcar. Tanto em Marau quanto em qualquer cidade do Brasil, o clima mudará a partir desse jogo de sexta-feira aqui em Port Elizabeth. E se passar o carnaval está armado, literalmente. Antes ninguém acredita, mas quando vê a coisa andar, mesmo que aos trancos e barrancos, todos consentimos com possíveis erros de preparação, falta deste ou aquele jogador e partimos para o ufanismo. O Brasil é sim o melhor da Copa. Isso será ouvido de todos os cronistas esportivos aqui presentes em caso de vitória sobre a Holanda. É natural que isso aconteça pois esse será o grande termômetro. Enfim estamos enfrentando uma potência do futebol mundial e que vem mordida pelas últimas eliminações frente ao Brasil. Quem diz que camisa não joga está redondamente enganado. Joga e em todos os sentidos, porém nesse jogo teremos sobras de tradição unindo esses dois gigantes do futebol. Mas sabe quando joga? Quando a bola entra um metro e meio e não é validado ou quando a situação é totalmente irregular e não é vista. Isso também é camisa e aconteceu pró Alemanha e Argentina contra Inglaterra e México.

"Estrangeirismo" enganador

Essa Copa do Mundo está servindo para muita coisa, e uma delas em se falando de futebol, é para comprovar que o estrangeirismo é enganador. Vejamos exemplos de Inglaterra, Itália e em um plano mais distante a França, já que o campeonato francês não tem tanto glamour. O avanço dos campeonatos europeus, de um modo geral, se dá graças à qualidade do futebol estrangeiro. Para quem acompanha qualquer campeonato da Europa sabe que o que estou falando é obviedade, redundância. A Itália não tem renovação em seu futebol e busca em jogadores brasileiros, argentinos, sulamericanos enfim, a qualidade que falta em seu país. Basta analisar a multicampeã, Inter de Milão. A zaga é toda brasileira e de 11 titulares não sei se encontramos algum jogador italiano. Assim é na Inglaterra, na Espanha e outros países. O Brasil se sobressai pela qualidade, mesmo que os jogadores que aqui estão para disputar a Copa não são os melhores disponíveis. Isso é o que eu penso e não quer dizer que os convocados de Dunga não tenham condições de chegar ao título. Até porque as demais seleções também não são nenhum bicho papão, ou são?

Grandes hotéis e construções a beira mar em Port Elizabeth