quarta-feira, 30 de junho de 2010

Em Port Elizabeth


Estamos em Port Elizabeth, cidade litorânea que já pôde nos dar seu cartão de visitas. Uma bela praia com vida agitada e características de metrópole. Chegamos por volta das 16h, após quase sete horas de viagem. Sem as costumeiras vias rápidas, enfrentamos bastante tráfego de caminhões por tratar-se de um importante pólo portuário do país. Nesta quinta-feira vamos conhecer mais a fundo os principais pontos turísticos da cidade. Na maioria dos hotéis de Port Elizabeth não existem mais reservas, principalmente para a sexta-feira, dia do jogo entre Brasil e Holanda. Logo na chegada o imponente Nelson Mandela Bay, palco dos jogos da Copa chamava a atenção pela beleza e localização, muito próxima ao oceano. O país de contrastes segue surpreendendo positivamente em se tratando de belezas naturais e desenvolvimento.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Voltando a Bloemfontein

Partimos por volta das 15h de Johanesburgo com destino a primeira parada, Bloemfontein, distante cerca de 400 km, de onde seguiremos amanhã para Port Elizabeth. Em um total de 1070 km, resolvemos fazer em duas etapas para evitar maiores desgastes e riscos. Uma viagem tranquila e chegada durante a noite em uma das cidades mais européias da África do Sul. Em 2009 estive por aqui onde o Brasil se instalou para a disputa da primeira partida da Copa das Confederações. Já havia me deixado uma ótima impressão e hoje confirmou. São notórias no interior da África do Sul as cidades com mais influências de colonização. Como prova de que o mundial traz benefícios às cidades sedes e ao país, percebi a algumas quadras de onde estamos que foi construído e instalado um MacDonalds no decorrer do ano. Bloemfontein é uma delas e gostaria que o Brasil pudesse ter estado aqui em 2010, pois além de ser uma ótima cidade tem também um bom estádio de futebol.

Mais do mesmo

Em jogo de tamanha importância, oitavas de Copa do Mundo de Futebol, nunca é bom perder nenhum lance. Precisamos estar atentos e fotografar quase que de forma histérica a tudo e a todos. Fiquei muito próximo do túnel de acesso dos jogadores ao gramado e pude ver de perto a histeria de Bielsa, técnico chileno, a clara visão de que Dunga tem o grupo na mão e a esculhambação que são as confederações de futebol. Fiquei em um lugar que não era meu, de migué mesmo que pertencia a Confederação Chilena e seus convidados. Minha poltrona era mais perto da bandeira de escanteio e fui até o meio apenas para fazer algumas fotos dos jogadores que entrariam para o aquecimento. De “João sem braço” fui ficando, ficando e os próprios seguranças que retiravam a toda hora pessoas ao nosso lado que não eram das poltronas ocupadas já achavam que fazíamos parte do pedaço. Jornalistas convidados até da Tailândia para acompanhar a partida estavam ao nosso lado. Iniciou o jogo e fui contemplado com visões extraordinárias da partida que o Brasil parece ter engrenado de vez na competição. Confira alguns lances colhidos pelas nossas lentes.

Vamos em frente

Escobar falou a Vang e JM antes da partida

Estamos a caminho de Port Elizabeth, na costa sulafricana. O Brasil enfrenta no final dessa semana a Holanda pelas quartas de finais da Copa do Mundo. Logo cedo nos reuniremos para definir o itinerário e partir. No que chegarmos disponibilizarei mais fotos desse grande jogo do Brasil, vitória contra o Chile por 3 a 0. No site www.vangfm.com.br, você pode conferir algumas imagens feitas pela nossa reportagem. O humorista Rafael Cortez, do CQC da Band, concedeu uma entrevista muito bacana que será reproduzida na Vang FM e depois disponibilizada aqui no blog, além de Alex Escobar, o homem que tirou Dunga do sério.

Um grande esboço


Enfim um futebol para crer. Foi de bom tamanho a vitória brasileira no Ellis Park, em mais uma noite fria de Johanesburgo. O samba tomava conta das ruas e imediações e contagiou os comandados de Dunga. Não foi uma atuação de luxo, até porque o adversário não merecia uma orquestra. Ainda mais desfalcado na sua zaga de duas peças fundamentais. Em uma análise mais individualizada, o destaque foi para Robinho, escolhido pela torcida o melhor do jogo. Mas gostei da atuação de Ramires no meio, me parece que a seleção ganha muito na saída de bola e não fica tão “amarrada”. Kaká, mesmo que não tenha tido uma atuação acima da média, enfim desembarcou na África. E como deverá ser importante ter Kaká jogo a jogo melhorando nessa fase. Dá para acreditar. Entrevistei Alex Escobar, da Sportv e Globo, o grande coadjuvante da rusga de Dunga com a imprensa. O Lencaster fez a mesmíssima colocação ao Carlito, no Ponto e Contraponto de sábado. “Essa copa é a de pior nível técnico?”, questionei: “Não. Fico ainda com a de 90 e até 94 em que o Brasil foi campeão”, finaliza Escobar. Agora é encarar a Holanda, freguesa na últimas duas copas em que o Brasil enfrentou e passou. Outros tempos aqueles. Ah! E não poderia esquecer de citar: Alex Escobar é celebridade na África do Sul. Impressionante como os torcedores querem fazer fotos com ele. Por que será? Disse a ele: “Escobar, virou celebridade hein?” Me respondeu: “Pena que foi dessa forma”. Tens razão.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Malas prontas?

A toda poderosa Inglaterra deu adeus ao mundial com um erro de arbitragem no mínimo ridículo e para completar a jornada desastrosa da arbitragem, a Argentina venceu o México também com um erro gravíssimo. No primeiro gol, Carlitos Tevez estava em clara situação de impedimento. Uma chiadeira total por parte de mexicanos e ingleses, estes que em Manchester organizaram uma tremenda baderna com direito a pessoas machucadas. Sair da Copa do Mundo até é aceitável na medida do possível, claro, mas claramente prejudicado é de causar revolta. A competição definitivamente esquentou e daqui para frente tudo pode acontecer.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Pela madrugada

Capa do suplemento A Caminho da Copa do JM de hoje
Madrugada em Durban, na beira do Índico onde estamos hospedados. Entre uma análise e outra também recebo aqui as páginas do JM/Jornal de Marau que circula nesse sábado. Finalizada a edição ainda fiquei vagando pela internet buscando saber da repercussão desse jogo da seleção. A madrugada também se estendeu devido a notícia da perda do nosso pequeno Spyke. Golpe duro para todos nós. Inevitável não instigar as lembranças de sua constante alegria em nossa casa. Mas vamos em frente. No domingo voltaremos a Johanesburgo onde o Brasil inicia a fase de mata-mata contra o Chile. Caso passe, partimos para a bela Porth Elizabeth, também na costa sulafricana para conferir as quartas. Para a próxima partida voltam Kaká, Elano e Robinho.

Tenteentender

Parece que não há força divina que possa fazer a seleção de Dunga jogar
Tudo é muito difícil. Ver, analisar e comentar essa seleção de Dunga. Mas mais difícil que tudo isso é entender algumas atitudes. Antes que alguém aponte um erro de digitação no título, explico: é apenas para relacionar com um dos sucessos de Gessinger e Leindecker. Vou medir as palavras para não ser traído pela passionalidade de torcedor, que todos somos em se tratando de Brasil. Mas não dá para admitir manter, por exemplo, um jogador como Michel Bastos na esquerda tendo Gilberto no banco. Imagino que treinos o Bastos deve fazer para garantir tamanha confiança do treinador. Eu não estou elegendo um ou outro, ou procurando um culpado, mas no terceiro jogo da série de sete até a final, caso avance, O Brasil que conhecemos ainda não jogou. Não se pode levar ninguém de compadre, principalmente no futebol. Não posso acreditar que Josué, segundo exemplo, tenha conquistado a vaga de Ronaldinho Gaúcho. Como diria o Carlito: em qual seleção das 32 o Ronaldinho não seria titular? E nem sequer foi convocado, mais por uma questão de punição e descomprometimento do que pela bola. Prefiro mil vezes um Adriano bêbado do que um Luís Fabiano trêbado. Não temos um jogador que decida e ainda querem comparar esse Brasil com outros “brasis”, como o de 94. Nem vou comentar e abrir espaço para especulação. Basta falar de Romário. Olha, paciência tem limite e parece que após essa partida contra Portugal ela está se esvaindo. Na análise consensual de nossa equipe aqui, Lúcio foi o destaque da partida. Assim já dá para se ter uma base do que foi, principalmente o segundo tempo.
Cito a frase de uma música da dupla Gessinger e Leindecker. Espero não ter de pronunciar aqui a primeira estrofe.
"Se eu quiser ser mais direto eu vou me perder, melhor deixar quieto..."

Humberto Gessinger/Duca Leindecker

Tenteentender - Pouca Vogal



quinta-feira, 24 de junho de 2010

Azurra dá adeus à Copa

Manchete do site do jornal Corriere dello Sport

Vexame e vergonha são as palavras mais proferidas na Itália no dia de hoje. A atual campeã mundial deixa a Copa do Mundo de 2010 como lanterna do grupo e volta pra casa mais cedo. Aliás, situação igual com a vice-campeã de 2006, França que também ficou em último de sua chave e deixou a competição. Que coisa, o futebol faz dessas! Precisando de um simples empate quem diria que a Itália pararia na inexpressiva Eslováquia. Isso é o que eu chamo de desdenhar do adversário. A imprensa italiana já “desceu a ripa” no técnico Lippi e seus comandados. Mesmo jogando melhor, principalmente na segunda etapa, foi surpreendida com o envolvente futebol do leste europeu. Essas horas as ruas de Bratislava, capital do país, devem estar tomadas, em todos os sentidos, literalmente.

Manchete do site Gazzeta dello Sport

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Seleção em Durban


No final da tarde de hoje, por volta das 18h, estive acompanhando a chegada da seleção brasileira ao hotel aqui em Durban. Após treinos realizados por Dunga, tudo indica que o Brasil inicie com Júlio Baptista no lugar de Kaká. Logo na chegada um grande aparato policial impediu que nos aproximássemos, inclusive com muitos cães farejadores. A segurança das seleções tem sido muito intensa por aqui. Mas voltando a seleção de Dunga, é impressionante a obviedade e a eterna coerência do técnico. Com muito pouca esperança eu esperava que pudesse surpreender e iniciar com Nilmar. O atacante do Villareal tem feito papel semelhante a um antigo ponteiro no time espanhol e poderia, como fez no primeiro jogo e no treino que surpreendeu Dunga, fazer o papel de um armador com chegada a frente. Esse talvez era um jogo interessante para isso acontecer. Mas tudo indica que vem por aí mais um daqueles jogadores pesado no meio. Embora Nilmar tenha treinado muito bem, um jogador ágil e leve, deve permanecer no banco e poderá ser a primeira substituição do técnico, já que também existe a possibilidade de Daniel Alves sair jogando.

Seria um surto?

O que aconteceu com Dunga? Isso é o que todo brasileiro se pergunta após a discussão com o jornalista Alex Escobar, da Rede Globo. Recebi também algumas manifestações no sentido de tentar esclarecer alguns fatos, já que estamos aqui e a conversa poderia ser outra. Pois bem, não tinha visto a entrevista coletiva e apenas acompanhado sua repercussão. Fui buscar assistir quando me surpreendi com a reação desproporcional do técnico da seleção brasileira. Existe algo não contado no meio dessa história. E algo que não sabemos. Fala-se em um boicote a Rede Globo na realização de entrevistas exclusivas. Não se sabe exatamente o que pode ser, porém a coisa não terminou e esperamos que não respingue no futebol. Uma coisa é certa: ganhando ou perdendo, Dunga não seguirá no comando da seleção.

Contratempo a caminho de Durban


Resolvemos sair logo após o almoço e encarar a estrada para Durban, região litorânea da África do Sul. A idéia era chegar ao final da tarde, em torno de 17h. A escassez de hotel em Durban era algo bastante preocupante visto que os brasileiros invadiram a cidade para acompanhar a seleção. Não existem mais vôos e a cidade espera receber um grande número de turistas. Após várias tentativas realizadas pelo rapaz responsável pelo nosso hotel em Johanesburgo, no último cartucho pintou algo interessante e acessível. Confirmamos a reserva e partimos. Na estrada acabamos estourando um pneu, o que resultou em uma parada forçada de mais de 2 horas. Chegamos a Durban por volta das 20h e para nossa surpresa não acreditamos no que vimos. Um verdadeiro paraíso estava a nossa espera à beira do Oceano Índico. Um apartamento em uma casa de família com móveis e eletrodomésticos e uma visão que nos deixou perplexos. Durban parece ser um grande centro e conta com cerca de quatro milhões de habitantes. Na África do Sul é a maior colônia de indianos que somam mais de um milhão. Ficaremos aqui até o domingo onde retornamos para Johanesburgo para acompanhar a seleção brasileira.

Encontro amigo


Na manhã de ontem, em Johanesburgo, encontramos o amigo marauense Lenine Pereira que está aqui a serviço da ABEF (Associação Brasileira de Exportadores de Frango) e APEX. Pereira juntamente com uma equipe desenvolve um trabalho de divulgação do frango brasileiro na terra do futebol. Após um longo bate papo fomos brindados com uma comida espetacular. Em pleno inverno africano tivemos arroz, feijão, farofa, guaraná e carnes típicas como frango, gado, carneiro e porco. Uma refeição agradável que já dava saudades.

A Copa dos sulamericanos

É impressionante a superioridade das seleções sulamericanas nessa copa. As já classificadas Brasil, Argentina e Uruguai, ditam o ritmo do mundial seguidas de Paraguai e Chile que devem confirmar seu passaporte para as oitavas. Portanto, todas as seleções da América do Sul devem estar entre as grandes na fase de mata-mata. O porquê dessa superioridade ainda não se sabe. Existem teses em fase de elaboração: primeira copa no inverno desde 1978 realizada na Argentina. As seleções européias estão em final de temporada enquanto as sulamericanas disputam competições em pleno vapor. No caso de Brasil e Argentina é diferente, pois independente de sua base está jogando na Europa sempre chegam. As demais tem seus jogadores, na grande maioria, em atuação em seus países, portanto o que poderia se justificar tal desgaste. Confesso que não acredito muito nisso, até porque Copa é Copa e todos, independente de calendários se preparam visando a competição. Mas há de ser levada em conta. Já em outro lano, todas as seleções africanas estão fora da próxima fase, incluindo a anfitriã que pela primeira vez na história das copas não passa da fase de grupos. Portanto essa Copa está como o diabo gosta: sofrimento para algumas potências como Itália, Espanha, Alemanha e Inglaterra que decidem tudo na última rodada podendo acontecer surpresas; eliminação da França com desavenças, brigas e boicotes, e a ascendência de seleções emergentes como o Paraguai. Nas oitavas já se confirma os confrontos de México e Argentina e Coréia do Sul e Uruguai. Aí está mais uma grande possibilidade dos sulamericanos passarem. Qualquer outro resultado será surpresa. Já a seleção brasileira precisa garantir com empate ou vitória o primeiro lugar da chave para cruzar com o segundo do grupo da Espanha, podendo ser a própria fúria espanhola. A Copa esquentou e as maletas começam a se aprontar para deixar o país da bola.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Os donos da África

Na tarde de hoje, manhã no Brasil, estivemos realizando um safári no Lion Park, proximidades de Johanesburgo. Algo indescritível. Só a África para proporcionar momentos como esse de intenso contato com os “gigantes” do continente. Resolvemos fazer o percurso com nosso próprio automóvel e nos deparamos frente a frente com dezenas deles, leões de diversas espécies e tamanhos, sendo o animal mais procurado por turistas do mundo. Inicialmente pudemos passar a mão e bater foto com filhotes e após partimos para o local do safári. Famílias inteiras de leões habitam o local. Todos eles ficam soltos e os carros passam com os turistas ao lado para bater fotos e admirar suas belezas. Além de leões, girafas soltas pelo parque, leopardos presos e outros animais podem ser vistos. Conforme a foto, a girafa roubava a cena e recebia afagos e comida dos turistas. Um ótimo passeio e uma boa dica para quem quiser relaxar no país da copa. O valor cobrado é de 135 rands (cerca de 40 reais). Confira algumas fotos do passeio.






Festa e confiança

Uma verdadeira muvuca (para ninguém pensar bobagem: 1.Grande aglomeração de pessoas, e conseqüente agitação, vozearia, etc (Aurélio)) aconteceu nas imediações do Soccer City. Milhares de torcedores fantasiados aguardavam a partida que encaminharia a classificação do Brasil. É verdade que tinha muitos torcedores da Costa do Marfim, a maioria já que trata-se de uma seleção africana e com reais condições de enfrentar o Brasil de igual para igual. Coletamos muito material, damos entrevista para rádios do Recife e Pernambuco e até na Globo pintamos. Os bastidores da Copa é algo inigualável. Quando avista-se uma correria ou aglomeração é batata: corre que tem matéria. Assim foi com Cafú que em entrevista para a Glenda do Globo Esporte repetiu o gesto de 2002 levantando uma taça gigantesca da Copa. O microfone da Vang estava lá para registrar tudo. O capitão do penta veio conferir a seleção do companheiro Dunga e deve ter se decepcionado com o que viu, principalmente no primeiro tempo. Mas há uma ressalva: o exemplo vem da Copa das Confederações de 2009 realizada aqui mesmo na África: um pontinho aqui, outro ali e o conjunto vai crescendo. Assim poderá ser a seleção de Dunga na Copa de 2010. É nisso que nos agarramos, porque no futebol está difícil de acreditar.

E assim vai...

Estádio recebeu 84 mil torcedores

A seleção brasileira teve dois tempos distintos no Soccer City. Uma noite fria, nem tanto gelada como da estreia, o destaque foi a grande concentração de brasileiros e o golaço de Luís Fabiano. Mesmo que tenha conduzido duas vezes a bola com a mão, o árbitro deve ter se sentido constrangido em anular aquela pintura. Agora parece que a 9 do Brasil, sempre destaque em mundiais, desencantou de vez e mostrou que está entrando definitivamente no clima da Copa. A grande decepção tem sido Kaká. O camisa 10 teve um primeiro tempo desastroso com erros de passe primários. Após o intervalo voltou mais ligado e até deu o passe para o gol de Elano. O Brasil confirma a vaga e agora é esperar por Portugal para garantir o primeiro lugar na chave.

Movimento de torcedores entrando no Soccer City

Gramado espetacular no Soccer City


domingo, 20 de junho de 2010

Contra o pragmatismo

Foto tirada da arquibancada do Ellis Park
Como é bom dias de jogos. O clima é empolgante e todo mundo vira mais patriota, principalmente quando estamos fora do país. Hoje temos a Costa do Marfim de Didier Drogba. Uma pedreira e por muitos apontada como a melhor seleção africana da atualidade. Ninguém com quem conversamos está satisfeito com a seleção de Dunga. Vou além: é o selecionado mais contestado dos últimos tempos. Conforme abordamos no Ponto e Contraponto de um dos sábados, entendemos as convicções de Dunga e seu planejamento no decorrer dos três anos e meio. Mas, como diria o Carlito, é muito burocrático o futebol e esquema do técnico. Porém, com as peças disponíveis não há muita coisa a fazer. Fico pensando o que acontecerá em uma partida que o Brasil saia atrás do marcador. A primeira substituição: Daniel Alves. A segunda? Nilmar. Bateu o desespero? Grafite. È muito pragmatismo. Isso preocupa enquanto a estrela solitária de Kaká está anos luz de voltar a bilhar. Não estou aqui projetando nada e muito menos prevendo o futuro. Quero me enganar, de verdade. Preciso “queimar a língua”, como se fala. Espero que Dunga não pague um preço tão alto como na década de 90, pois em caso de decepção no mundial a impressão que tenho é que arrumará um time por aqui mesmo, na África para treinar. Assim desejará a imprensa do eixo. Vamos galgando passo a passo e torcendo que o futebol brasileiro esteja em um dia de lampejos de criatividade. Se assim for, dá para começar a acreditar.

Bem vindo à selva

Uma experiência extraordinária. Como coloquei no post anterior, estamos em meio aos Gates (portões) que rodeiam o Pilanesberg, um dos maiores parques de safári da África do Sul. Criado com finalidade econômica para beneficiar o povo local e complementar o resort de Sun City, nas proximidades, foi deflagrada a operação Gênesis que consistiu na introdução de 6.000 mamíferos de 19 espécies na área. O mais ousado projeto da África do Sul ocupou terras que antigamente eram de um vulcão. Hoje a economia da região baseia-se quase que totalmente na exploração do turismo através de safáris e acomodações nos diversos hotéis da região. No sábado pela manhã, saímos para enfrentar o frio da madrugada gelada do sopé das savanas onde estamos, e encarar uma aventura inesquecível. Em 2009 já tive a oportunidade de realizar um safári no parque, porém nada se compara ao que vivenciamos. Saímos do hotel às 06h (01h do Brasil). Abriram o portão de nosso hotel e já estávamos dentro do Pilanesberg. Para nossa surpresa, após 10 minutos andando em cima de uma Nissan com cobertores enrolados pelo corpo para suportar o frio, encontramos quem mais procurávamos: o rei da savana. Um gigantesco leão andava ao lado dos carros de safári que nos acompanhavam. A pouca luminosidade não permitiu que fizéssemos muitos registros nítidos da fera. O seu som ecoa pela savana formando um grito autoritário, de posse do campinho. Deu para avistar ainda, mesmo que de longe, elefantes, rinocerontes, impalas, springbooks (espécie de antílope) e girafas. Não sei se algum dia terei a oportunidade de repetir a experiência, mas mesmo com a madrugada gélida, seja inverno ou verão, eu recomendo! Em breve, quando melhorar nossa conexão com a internet postarei o vídeo do momento exato do encontro com a fera!

Cobertores são disponibilizados para turistas

Diversos carros partem partem para as savanas


Durante o passeio vista fantástica da savana

sábado, 19 de junho de 2010

Povo que cuida

Estivemos ontem em Rustemburgo, palco de jogos do mundial
O povo sulafricano é muito gentil, educado e cortês. Em duas ocasiões fomos orientados a não andar em determinadas ruas, bairros e evitar exposição de máquinas fotográficas e filmadoras. Ontem em Pretória, eu e o Roberto nos encaminhávamos para a Melrose House, importante museu local quando ouvimos um rapaz negro nos chamando em português. Na ocasião eu estava com uma toca do Brasil o que facilitou o reconhecimento. Muito gentil nos estendeu a mão, disse ser angolano e que não devíamos ir até a praça que pretendíamos, cerca de 50 metros ao lado. Sua mãe também se aproximou e nos orientou sobre o perigo existente na rua onde moram há 20 anos. Agradecemos e resolvemos seguir o conselho. Outro fato curioso e que ainda não abordei, aconteceu próximo à Ghandi Square, em Johanesburgo. Paramos na sinaleira para atravessar e ingressar na praça e aproveitamos para fazer uma foto enquanto aguardávamos o sinal verde para atravessar. Foi quando um jovem em um automóvel Sport fez sinal, baixou o vidro e nos chamou. Com claros sinais de preocupação nos disse que não era para avançar mais do que aquela esquina para evitar roubo. Agradecemos e também seguimos a orientação. Os brasileiros são muito bem vistos por aqui. Sempre e bom estar de posse de qualquer coisa que o identifique como brasileiro. Se não fosse isso, talvez já teríamos sido roubados no país da copa.

Em meio às savanas!




Seguimos ontem para a região de Rustemburgo, outra sede da Copa da África. Porém paramos onde não imaginávamos. Estamos dentro do Parque Pilanesberg, o maior do país onde são feitos os safáris. Em 2009 já tive a oportunidade de realizar o passeio. Para nossa surpresa, estamos em um chalé para quatro pessoas com fogão, climatizador, louças e até microondas. Uma verdadeira casa no sopé das savanas. A estrutura do local é muito boa, uma espécie de condomínio fechado que conta com restaurante, mini mercado, centro de lazer, camping e piscina. A noite promete ser muito fria por aqui. Não temos contato com internet na casa, apenas no escritório central do parque. O lugar é muito bonito e aparenta ser bem agradável também no verão.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Capital de belezas

Na tarde desta quinta-feira, damos uma esticada a Pretória, uma das capitais da África do Sul distante cerca de 40km de Johanesburgo. Impressionante a qualidade da auto estrada que liga as duas cidades. Quatro pistas para ir e mais quatro para voltar. Esse exemplo que o Brasil deverá seguir para 2014. Eu e o amigo Álvaro já conhecíamos a cidade em nossa estada em 2009, para o Carlito e o Roberto que nos acompanham uma grande surpresa. Pretória é uma daquelas cidades para morar. Arborizada, centro cultural e uma metrópole que tem lá seus problemas, como todas, mas que valoriza e muito sua gente. Grandes avenidas e ruas repletas de jacarandás brasileiros, Pretória também é uma das sedes do mundial de 2010. Foi lá que na noite anterior a anfitriã África do Sul, viu o sonho da Copa ficar mais longe, bem longe. Nesta sexta feira rumamos para Rustemburgo, região dos safáris onde permeneceremos por dois dias. Em destaque no registro fotográfico a Church Square, local onde encontram-se a sede dos principais poderes na capital sulafricana.